sábado, janeiro 29, 2005

Sábado, 29 Janeiro, 2005

BUTTIGLIONE E O LOBBY GAY NO PARLAMENTO EUROPEU

Desde que foi recusado como comissário na União Europeia, Buttiglione nunca perde ocasião de emitir juízos mesquinhos sobre o Parlamento Europeu.
Acusou «o pedófilo Cohn-Bendit» (sic) como causador principal da própria exclusão para comissário; ultimamente, num congresso em Florença, declarou que existem fortes lobbies gay que, a partir do Parlamento Europeu, tentam impor aos Parlamentos nacionais o matrimónio gay e políticas de privilégio para as minorias homossexuais. Não haja dúvida que a homossexualidade é uma obsessão para aquele homem! Terá problemas?
O Prof. Mário Pinto, em dois ou três artigos no Público, indignou-se com a «perseguição» que lhe moveram pelo seu catolicismo. Errado. Não foi pela sua fé católica que o recusaram. Prodi, por exemplo, é um católico praticante e foi Presidente da Comissão Europeia; nas mesmas condições Frattini, o actual comissário italiano. Falemos, sim, do seu fundamentalismo e intolerância. Aliás, tudo isto foi largamente comentado.
Se o Prof. Mário Pinto conhecesse bem a pequenez das ideias de Rocco Buttiglione e o seu ziguezaguear político, talvez não tivesse perdido tempo a dedicar-lhe tanto espaço.
AMM
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A PROPÓSITO DE HOMOSSEXUALIDADE
Diariamente, leio com interesse o blogue «Causa Nossa». Segui a discussão que se levantou sobre o caso Louçã-Portas. Comentários tocando todos os aspectos inerentes à moralidade: superioridade moral; coerência moral; opções no plano moral, etc..
O que mais captou a minha atenção foi a insistência na palavra moral. Mas antes de acrescentar outras observações, quero referir-me à argumentação do Prof. Vital Moreira que acho perfeita, correcta e com a qual estou plenamente de acordo.
Vicente Jorge Silva, grosso modo, estriba o seu raciocínio sobre a coerência moral. Praticamente, foi este o centro da polémica: Paulo Portas, condenando o aborto e apelidando assassino quem o pratique, não é moralmente coerente, dados os rumores sobre a sua vida sexual.
Pois bem, se um homossexual vive esta sexualidade com dignidade e reservadamente, gostaria que me explicassem qual é o papel da moral nisto tudo! Também acham que é pecado? Que é anti-social?
E para rematar, não creio que Francisco Louçã, no calor da defesa das suas opiniões, tivesse a intenção de ser indelicado. Por vezes, palavras desastradas atraiçoam o pensamento. Neste assunto, foi somente infeliz e pobre na argumentação.
AMM