domingo, janeiro 15, 2006

PENSAMENTOS VADIOS

Pela primeira vez, esta semana, tive ocasião de ver Manuel Alegre sorrir; a permitir-se mesmo uma franca gargalhada. Era hora!...
Sem dúvida que o seu cultor de imagem tem ali muito por onde aplainar… se é que Alegre o permite.

A boquinha à Edvard Munch do Prof. Cavaco Silva parece ter sido a imagem forte destas eleições. Refiro-me aos trejeitos faciais do Sr. Prof., quando lhe repetiram as críticas de Santana Lopes. Não duvidaremos que dará azo a que actores de mímica nela se inspirarão para exprimir, da maneira mais cómica, uma surpresa fingida. Irresistível!
A propósito de Edvard Munch: por onde andará “O Grito” roubado?

Os cartazes do Prof. Cavaco deixam-me perplexa: “Por um Portugal Maior”.
Maior em quê? E a que Portugal se refere? Se Portugal somos todos nós, e da parte que me toca não abdico, não me reconheço no Portugal do Prof. Cavaco Silva, qual será esse Portugal maior? Visto que o não votarei, fico banida desse aumento?
"Sei que Portugal pode vencer". Faço os mesmos considerandos do precedente parágrafo. Além disso, o Prof. Cavaco (ou quem por ele) não se conformando com a percentagem de votos necessária para ser eleito presidente, quer, por força, apresentar o facto como se todo o País vibrasse com tal victória? Eu não ficarei nada entusiamada, e depois?... Banida? Vencida? Nem uma coisa nem outra; simplesmente, entendo que um candidato não deve apresentar-se como se se tratasse da salvação do País. É apenas um candidato que se crê idóneo para o cargo de presidente, nada mais.

O Sr. Sócrates, quando ontem discursou a favor da campanha do Dr. Mário Soares, poderia ter evitado as flechadas a Manuel Alegre. Um véu de silêncio sobre um outro socialista candidato teria demonstrado elegância, bom gosto.

Escutas telefónicas: uma ampla anarquia e uma bela pessegada!
Assiste-se a um emaranhada e prolixa série de explicações; assim, até à data, ainda não percebi muito bem o que, efectivamente, aconteceu. Isto é, compreendi o que deve ser compreendido: cada um faz o que muito bem lhe apetece, pois os responsáveis destas operações dormem ou, oportunamente, “fecham para férias”.
Não é admissível que as escutas telefónicas se efectuem sem o rigor, cautela e restrição exigidas.
Sinto-me com curiosidade de saber aonde é que toda esta borrasca chegará. O pó levantou-se, revoluteou por cima das “cabeças a prémio”, pousar-se-á… e não sucederá nada. Normalmente, este é o guião de factos semelhantes.
Alda M. Maia