sexta-feira, abril 07, 2006

ESPERO QUE ISTO MESMO ACONTEÇA!



Somente na próxima segunda-feira teremos a certeza que a demagogia, os modos grosseiros e arrogantes deste homem, talvez desapareçam da política italiana.
Inútil escrever sobre a incompetência como foi administrada a coisa pública e o desprezo pelas instituições. Tanto mais que, Berlusconi, entrou em política, acima de tudo, para "difendere la mia roba" (defender o que era seu) - assim confesssou, com toda a naturalidade, a um jornalista, Enzo Biagi.
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Chegou a hora, efectivamente, de dizer-lhe: BASTA! ACABOU!
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Não estou muito de acordo com a opinião redutiva sobre Romano Prodi.
Penso que os partidos que formam a oposição têm, politicamente, bastante mais o sentido de estado que a coligação berlusconiana. Pelo menos, nunca votariam, compactamente e como vassalos obedientes, as leis, indecentes, a favor do Primeiro-ministro; nunca mudariam a lei eleitoral nos últimos meses para prejudicar a oposição - o ministro que a asssinou (Calderoli, o inefável Calderoli!) classificou-a, agora em campanha eleitoral, como uma "porcata" - desnecessário traduzir!
Isto para só citar dois exemplos, porque haveria muito, muito mais.
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No blogue Briteiros, José A. Martins escreve: "Romano Prodi não tem uma ponta de carisma e a sua coligação de esquerda não soube apresentar um projecto coerente"
Quando se exprime uma opinião destas é porque se conhece, em profundidade, a personagem Prodi e o programa que apresentou. Perante este comentário, não creio que o Sr. José Martins tenha perdido muito tempo a seguir a política italiana. Admiro, todavia, a desenvoltura como se exprime!
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Primeiro que tudo, Prodi não lidera uma coligação de esquerda, mas centro-esquerda; segundo, apresentou um programa bastante extenso e não incoerente. Poderá ser vago em certos capítulos, mas devemos ter em linha de conta a apreensão e incerteza sobre o desastre das contas públicas que deixará Berlusconi.
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Quanto às qualidades de Prodi, será desprovido de carisma, mas é um homem íntegro e competente. Não esqueçamos, por exemplo, que foi ele que levou a Itália a entrar no euro, contrariamente ao pessimismo que alguns países manifestaram.
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Ao fim e ao cabo, para substituir o politicamente imoral e amoral Berlusconi, não é necessário um grande génio, mas uma pessoa séria e conciliadora. É o que a Itália mais necessita, neste momento.
Alda M. Maia