sábado, julho 08, 2006

A LÂMPADA DE ALADINO

Quando, dia a dia, vemos, ouvimos e lemos sobre o que se passa por esse mundo fora e que situações de tragédia infinita não encontram um fim, uma solução, acabamos por invocar o impossível. Desejaríamos a intervenção de um génio que pusesse cobro a tanta irracionalidade, desconfiança, intransigência. Mas a lâmpada tem uma camada tão densa de sujidade, que o génio não pode responder.

De há uns tempos a esta parte que renunciei ou, pelo menos, é com relutância que leio notícias sobre o Médio Oriente.
São anos que os acontecimentos, naquela desgraçada terra, não variam: se uma parte quer afirmar-se com a violência, a outra responde com “olho por olho, dente por dente” ampliado; se de um lado surgem aberturas à aplicação do bom senso, aparecem imediatamente os profissionais da violência a porem em prática as mais inesperadas técnicas de sabotagem.

Do lado de Israel, reacções desproporcionadas; na Palestina, só vejo irracionalidade e ódio. Porém - e esta circunstância deixa-me praticamente desorientada - existe uma grande percentagem de israelianos que deseja a paz, a criação de dois países, o respeito mútuo; no Território Palestino, verifica-se o mesmo e também com uma forte percentagem de pessoas a suspirar pela paz.
Esta parte dos dois povos não consegue, todavia, berrar mais forte que a linguagem das armas e o gosto doentio de quem só vê na violência terrorista a solução dos problemas. É um círculo vicioso trágico!
Alda M. Maia