segunda-feira, janeiro 22, 2007

EXTREMA-DIREITA NO PARLAMENTO EUROPEU.

Com a chegada da Bulgária e Roménia à UE, os extremistas de direita obtiveram quórum para formar, com toda a legitimidade, um novo grupo no Parlamento Europeu: “Identidade, Tradição, Soberania” – ITS.
Como “Identidade”, já sabemos aonde querem chegar: na Europa, só cristãos; os demais que regressem à terra deles.
“Tradição”: a que género de tradição se referem, visto que todo o Continente Europeu é um belíssimo mosaico de tradições, explicá-lo-ão.
“Soberania”, isto é: a UE apenas deve ocupar-se em recolher e distribuir fundos; providenciar a fim que sejam bem distribuídos e as transacções económicas funcionem harmoniosamente. Quanto ao resto, ao gigantesco resto, ninguém se atreva a imiscuir-se nas decisões da sacrossanta soberania dos países componentes. “Guerra ao super-estado europeu” - e
is, para já, uma parte da ementa que entendem apresentar e defender.

Não admitem que os classifiquem racistas, xenófobos, anti-semitas. Ameaçam processos em tribunais e argumentam: “Direita moderada, sim; extremistas, não. Não metemos bombas em nenhum aeroporto”.
Não consta, lá isso não. Somente, defendem teses tão nojentas como a gravidade das bombas.

Em democracia, todos devem ter voz e representatividade, sei-o muito bem e, nesse aspecto, a minha convicção é férrea. Todavia…
Segundo The Independent, são pessoas que “Odeiam ciganos, negacionistas do Holocausto, xenófobos, homófobos, anti-semitas”; portanto, elementos que bem espelham estas odiosas características. Ora, que estes fascistas constituam uma regular força política no PE, as minhas convicções democráticas, aqui, e contraditoriamente, restringem-se bastante, vacilam.

Nesta nossa Europa, onde se procura cultivar uma sã democracia, vejo essa gente como um vírus perigoso. Assim, custa-me aceitar que sequazes de tais ideologias ostentem foros de legalidade, onde quer que seja.

Sabê-los com a autonomia de proclamar aqueles fundamentos que, no século passado, foram o motor de uma imane tragédia; saber que a União Europeia nasceu e desenvolveu-se, precisamente para que a tais ideologias se opusesse um “nunca mais”; tomar conhecimento, agora, que esse grupo se sentará no Parlamento Europeu para defender esses mesmos princípios, embora camufladamente, não, decididamente custa-me aceitá-lo.
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A neta de Mussolini, Alessandra Mussolini, e Luca Romagnoli, puro fascista do grupúsculo “Chama Tricolor”, são os dois italianos que fazem parte da comandita. Por estes dois elementos, é-me fácil avaliar os companheiros!

O Presidente socialista, Martin Schulz, “pediu que fosse criado um cordão sanitário, à volta do ITS, para evitar que aos seus membros seja atribuída uma presidência de comissão” – La Repubblica de 17/01/2007.
Funcionará? Não creio. Se o grupo está dentro de todas as condições de aceitabilidade no PE, certamente que não poderá ser posto de lado, infelizmente.
Esperemos que as forças democráticas disponham de meios, legítimos, para os neutralizar.
Alda M. Maia

2 Comments:

At 2:47 da manhã, Blogger a d´almeida nunes said...

De tão distraídos que, muitas vezes, andamos com as pequeninas coisas do nosso quotidiano, até nos esquecemos que temos que prestar mais atenção àquilo em que se está a transformar a UE.
É que já somos, mas seremos com muito mais intensidade no futuro próximo, telecomandados como robots.
Espera-se que o Parlamento Europeu tenha capacidade para gerir um equilíbrio democrático e "saudável" para a Europa sem esquecer o resto do mundo.
Como? Creio que ninguém sabe muito bem as águas em que estamos a navegar!
Um grande abraço, Alda.
António

 
At 1:05 da manhã, Blogger Unknown said...

ARTIGO ESCRITO DE UMA PUTA VAGABUNDA COMUNISTA!

 

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