A ESCALADA DO PODER… MAS SEMPRE EM NOME DO BEM DO PAÍS!
Em nome de todas essas ambições que se crêem prestes a alcançar a meta - ou derrapar encosta abaixo - vejo um tal clima de agressividade, um tal cenário de caras de bronze que se me torna difícil olhar com serenidade os próximos actos eleitorais.
Sempre admirei o político contundente, demolidor, mas que jamais perde a elegância do falar, um elevado estilo de comportamento e um implícito respeito pelo adversário.
Porém, esta gentinha aguerrida que tudo demoniza; que lança culpas a esmo, justificadamente ou não; que agride mais as pessoas que não erros ou ausência de grandes rasgos políticos, sugere uma pergunta: esta espécie de políticos merece credibilidade?
Vejamos o caso da eleição do Provedor de Justiça.
O PS propôs o Dr. Jorge Miranda. Errou a não consultar previamente os demais partidos, na escolha de um constitucionalista, digno de tal cargo.
Em questões desta natureza, não há maiorias que impõem, mas a correcção e o bom senso de se escolher, de comum acordo, a pessoa mais idónea.
Todavia, justifica-se o não birrento da Dra. Manuela Ferreira Leite a Jorge Miranda, encetando uma batalha tão estúpida quanto infantil, na defesa da prerrogativa de ser o PSD a propor nomes?
Em nome de todas essas ambições que se crêem prestes a alcançar a meta - ou derrapar encosta abaixo - vejo um tal clima de agressividade, um tal cenário de caras de bronze que se me torna difícil olhar com serenidade os próximos actos eleitorais.
Sempre admirei o político contundente, demolidor, mas que jamais perde a elegância do falar, um elevado estilo de comportamento e um implícito respeito pelo adversário.
Porém, esta gentinha aguerrida que tudo demoniza; que lança culpas a esmo, justificadamente ou não; que agride mais as pessoas que não erros ou ausência de grandes rasgos políticos, sugere uma pergunta: esta espécie de políticos merece credibilidade?
Vejamos o caso da eleição do Provedor de Justiça.
O PS propôs o Dr. Jorge Miranda. Errou a não consultar previamente os demais partidos, na escolha de um constitucionalista, digno de tal cargo.
Em questões desta natureza, não há maiorias que impõem, mas a correcção e o bom senso de se escolher, de comum acordo, a pessoa mais idónea.
Todavia, justifica-se o não birrento da Dra. Manuela Ferreira Leite a Jorge Miranda, encetando uma batalha tão estúpida quanto infantil, na defesa da prerrogativa de ser o PSD a propor nomes?
Era para o bem do País ou isso é apetrecho secundário na escalada do poder, por muito que apregoem o contrário?
O Dr. Jorge Miranda retirou-se e fez muito bem. Só demonstrou dignidade.
Escassez de senhorilidade e perfeita indelicadeza demonstrou Manuela Ferreira Leite, quando comentou esta retirada: Em democracia, quando não passamos numa votação, temos de aceitar o resultado. Uma pessoa rebelar-se quanto ao resultado de uma eleição não é próprio de uma democracia.
O Dr. Jorge Miranda retirou-se e fez muito bem. Só demonstrou dignidade.
Escassez de senhorilidade e perfeita indelicadeza demonstrou Manuela Ferreira Leite, quando comentou esta retirada: Em democracia, quando não passamos numa votação, temos de aceitar o resultado. Uma pessoa rebelar-se quanto ao resultado de uma eleição não é próprio de uma democracia.
Será este o formato grosseiro que nos administrará?
Não me parece que o Dr. Jorge Miranda se tivesse rebelado; retirou-se e explicitou as razões.
Seria bem oportuno que a Sra. Dra. Ferreira Leite moderasse os seus modos próximos da rusticidade e suavizasse o que pensa sejam ataques políticos, pois de autêntica e nobre política não têm nada: manifestam apenas peculiaridades da acidez do seu carácter; o resto é o vazio.
Encontraram, agora, o ponto de encontro no nome de Alfredo José de Sousa, ex Presidente do Tribunal de Contas. Mais vale envergonhar-se tarde que nunca, e não absolvo ninguém.
****
Reitero que, amiudadamente, não posso deixar de fazer comparações entre os comportamentos das primeiras figuras de Estado italianas e portuguesas. Claro que não incluo Berlusconi, embora primeiro-ministro. Seria insultuoso comparar o homónimo de qualquer país democrático com este indivíduo.
Neste momento estou a pensar no Presidente da República, o primeiro órgão de soberania que, quando é eleito, deixa de expressar qualquer facção política e passa a representar todo, absolutamente todo o País.
Giorgio Napolitano, presidente da República Italiana, perante a demagogia e ataques às instituições do actual primeiro-ministro, usa sempre a sua autoridade, quando se trata de defender a Constituição e os valores das instituições. Noutras matérias, mantém uma reserva diplomática e atento a nunca desbordar das suas competências. É a figura política que tem merecido o maior respeito e consideração.
Voltemo-nos para a Terra Lusa. Não gostei, nestes últimos tempos, da falta de reserva do nosso Presidente da República, quebrando silêncios que sempre dignificam o cargo que ocupa.
Primeiro, opinando a favor da simultaneidade das eleições. Ainda não tinha ouvido os partidos, mas já exprimia o que julgava mais oportuno, baseando-se em certas sondagens… O PSD (o único partido) expressara-se largamente sobre a data única para as legislativas e autárquicas: muito preocupados com o absentismo e despesas!
Perante estas “preocupações” - nas quais não acredito - o Sr. Presidente da República deveria manter silêncio: decidiria, depois, como melhor entendesse.
Optou, oficialmente, por datas diferentes: 27 de Setembro, eleições legislativas; 14 de Outubro, eleições autárquicas. Predominou o bom senso. O contrário levaria a deduções pouco abonatórias da equidistância que se exige ao Presidente da República.
Segundo atentado a um silêncio que deveria ter sido absoluto: o caso das negociações da PT / TVI.
O Presidente abriu uma excepção e manifestou as suas perplexidades acerca da transparência desta operação entre empresas.
O que o incomodou? É aconselhável que um Presidente da República exprima pareceres em casos deste género? Quais as instituições afectadas que o Sr. Presidente deveria salvaguardar?
Não entro no cerne deste caso, pois acho-me impreparada para dizer o que quer que seja. O que não me passou despercebido foi a concentração das atenções nas prováveis ou improváveis viragens políticas da TVI.
Anseios de uns, a fim de não perder as boas graças da TVI, ou desejos de outrem, a fim de as captar? Seja como for, tudo se me apresenta com uma face bastante esquálida.
Se o PS cultivou interesses nesse sentido, esqueceu que os teria de cultivar em múltiplas direcções. Vejo a quase totalidade dos nossos órgãos de informação a padecer de uma crise agudíssima de tendenciosidade.
Critique-se o que deve ser criticado, mas não em sentido único. Respeite-se, pelo menos, a objectividade e seriedade de informações, se pretendem ser credíveis. Frequentemente, obtém-se o resultado oposto.
Não me parece que o Dr. Jorge Miranda se tivesse rebelado; retirou-se e explicitou as razões.
Seria bem oportuno que a Sra. Dra. Ferreira Leite moderasse os seus modos próximos da rusticidade e suavizasse o que pensa sejam ataques políticos, pois de autêntica e nobre política não têm nada: manifestam apenas peculiaridades da acidez do seu carácter; o resto é o vazio.
Encontraram, agora, o ponto de encontro no nome de Alfredo José de Sousa, ex Presidente do Tribunal de Contas. Mais vale envergonhar-se tarde que nunca, e não absolvo ninguém.
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Reitero que, amiudadamente, não posso deixar de fazer comparações entre os comportamentos das primeiras figuras de Estado italianas e portuguesas. Claro que não incluo Berlusconi, embora primeiro-ministro. Seria insultuoso comparar o homónimo de qualquer país democrático com este indivíduo.
Neste momento estou a pensar no Presidente da República, o primeiro órgão de soberania que, quando é eleito, deixa de expressar qualquer facção política e passa a representar todo, absolutamente todo o País.
Giorgio Napolitano, presidente da República Italiana, perante a demagogia e ataques às instituições do actual primeiro-ministro, usa sempre a sua autoridade, quando se trata de defender a Constituição e os valores das instituições. Noutras matérias, mantém uma reserva diplomática e atento a nunca desbordar das suas competências. É a figura política que tem merecido o maior respeito e consideração.
Voltemo-nos para a Terra Lusa. Não gostei, nestes últimos tempos, da falta de reserva do nosso Presidente da República, quebrando silêncios que sempre dignificam o cargo que ocupa.
Primeiro, opinando a favor da simultaneidade das eleições. Ainda não tinha ouvido os partidos, mas já exprimia o que julgava mais oportuno, baseando-se em certas sondagens… O PSD (o único partido) expressara-se largamente sobre a data única para as legislativas e autárquicas: muito preocupados com o absentismo e despesas!
Perante estas “preocupações” - nas quais não acredito - o Sr. Presidente da República deveria manter silêncio: decidiria, depois, como melhor entendesse.
Optou, oficialmente, por datas diferentes: 27 de Setembro, eleições legislativas; 14 de Outubro, eleições autárquicas. Predominou o bom senso. O contrário levaria a deduções pouco abonatórias da equidistância que se exige ao Presidente da República.
Segundo atentado a um silêncio que deveria ter sido absoluto: o caso das negociações da PT / TVI.
O Presidente abriu uma excepção e manifestou as suas perplexidades acerca da transparência desta operação entre empresas.
O que o incomodou? É aconselhável que um Presidente da República exprima pareceres em casos deste género? Quais as instituições afectadas que o Sr. Presidente deveria salvaguardar?
Não entro no cerne deste caso, pois acho-me impreparada para dizer o que quer que seja. O que não me passou despercebido foi a concentração das atenções nas prováveis ou improváveis viragens políticas da TVI.
Anseios de uns, a fim de não perder as boas graças da TVI, ou desejos de outrem, a fim de as captar? Seja como for, tudo se me apresenta com uma face bastante esquálida.
Se o PS cultivou interesses nesse sentido, esqueceu que os teria de cultivar em múltiplas direcções. Vejo a quase totalidade dos nossos órgãos de informação a padecer de uma crise agudíssima de tendenciosidade.
Critique-se o que deve ser criticado, mas não em sentido único. Respeite-se, pelo menos, a objectividade e seriedade de informações, se pretendem ser credíveis. Frequentemente, obtém-se o resultado oposto.
Alda M. Maia