segunda-feira, outubro 17, 2011

A BARBÁRIE EM ROMA!

Quantas perplexidades! Comecemos pelas primeiras sobre o que se passou, sábado passado, em Roma, num imponente cortejo de milhares de pessoas.

A onda dos indignados manifestou-se em “951 cidades de 82 países do mundo”, onde tudo decorreu pacificamente e, acrescentemos, com alegria e civismo. Houve uma excepção, todavia, e com as piores características da violência pela violência, absolutamente sem freios: a manifestação na Cidade Eterna.

Por que razão só em Roma nada foi previsto - pergunta generalizada - e não se organizou um mínimo de vigilância, quando, segundo os bem informados, havia sinais de prováveis infiltrações e actuação dos “profissionais da guerrilha”? Onde estavam os serviços de segurança interna?

Segui atentamente as reportagens e os telejornais especiais (italianos) de sábado á noite e destes últimos dias. Os sentimentos de estupefacção, indignação e desconcerto nunca me abandonaram, pois as imagens de violência e destruição, levadas a cabo por aqueles facínoras, eram impressionantes!
Ademais, todos eles eram claramente distinguíveis: rostos cobertos ou usando capacetes, alguns com máscaras antigás, vestidos de preto, enfim, os sólitos e famigerados “Black bloc” (Bloco negro) ou afins. Por que não foi possível isolá-los?

Foi admirável a reacção dos manifestantes pacíficos, isto é, a esmagadora maioria, a opor-se a essas centenas de intrusos. Tarefa impossível, pois a guerrilha fora bem programada com antecedência e com uma preparação táctica de guerrilha urbana muito bem estudada.

Infiltraram-se logo no início do cortejo, em pequenos grupos, apetrechados com bastões, cocktails molotov ou as chamadas “bombas papel”.
Arrancaram os paralelepípedos das pavimentações para que a destruição fosse mais eficaz. Incendiaram tudo o que viram pela frente. Quantas vitrinas partidas - de lojas, bancos, multi-bancos - e quantas carcaças de automóveis incendiados, destruídos!

Um manifestante que tentou enfrentá-los, está no hospital com o risco de perder uma mão.

Entretanto, o Comando da polícia dera instruções para que as forças da ordem, polícias e carabineiros, se concentrassem na zona onde se situam os palácios do poder: sede do Governo, Senado, Câmara de Deputados, etc.

O itinerário do cortejo fora autorizado fora dessa zona. Ninguém se preocupou, todavia, de nele infiltrar agentes que pudessem neutralizar quaisquer actos de violência, pois os organizadores da manifestação, por várias razões, não tinham condições para garantir um serviço de ordem. Segundo confessaram, porém, houve da parte deles uma certa ingenuidade.

Quando a polícia, mais tarde, teve de intervir em grande força, deflagrou uma guerrilha ainda mais violenta e as forças da ordem tiveram grande dificuldade em pôr em debandada aqueles delinquentes, cujas idades oscilavam ente os 17 e 30 anos.

O vídeo de um polícia que conseguiu fugir do carro blindado incendiado – caso inédito - é a imagem mais concreta e ilustrativa do que se passou em Roma, durante cinco horas.

Quem eram aqueles facínoras que provocaram danos por cerca de dois milhões de euros, estragaram uma manifestação que atraiu quase duzentas mil pessoas, provindas de todas as regiões de Itália e do estrangeiro?

Quaisquer razões apresentem ou se sirvam dos sólitos álibis de indignados contra tudo e contra todos, nada, absolutamente nada, jamais poderá justificar a inaudita barbárie de sábado passado.

2 Comments:

At 8:01 da tarde, Blogger a d´almeida nunes said...

Infelizmente pressente-se que o Homem anda numa desorientação tremenda.
Parece não haver nada que nos sirva de guia, que nos possa motivar à ponderação, à necessidade de não atirarmos pedras indiscriminadamente, só porque a vida não nos corre de feição.

Será que estamos condenados a ter de enfrentar uma onda de barbárie, como se cada um de nós não tivesse a sua quota-parte de responsabilidade na situação actual do Globo?

Que cada um faça a sua parte, conscientemente! Activamente mas com objectividade.

Um abraço, Alda, um beijinho da Zaida

 
At 5:27 da tarde, Blogger Alda M. Maia said...

Boa Tarde, António

Não acha que esta desorientação que aponta se deve, em grande parte, ao pessimismo dos exibicionistas, os quais entendem que todos os momentos são oportunos para vaticinar desaires?

Se se sentem tão competentes, por que não procuram estudar, compreender e inteirar-se da situação em todos os seus aspectos, explicar o que verdadeiramente sucede e indicar vias de percurso?

Embora não descure a informação, creia que já não consigo suportar essa gente.

Quanto ao que se passou em Roma, e como escrevi, nenhum motivo, nenhuma causa podem justificar tanta violência estúpida e malvada. Acredite que fiquei chocada.

Um abraço e um beijinho á Zaida.

PS
Parabéns pelo vosso passeio. Pelo que li, foi riquíssimo de belas surpresas

 

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