segunda-feira, março 09, 2015

EXPO 2015 EM MILÃO
“NUTRIR O PLANETA, ENERGIA PARA A VIDA”

“Durante seis meses, Milão tornar-se-á numa vitrina mundial na qual os países mostrarão o melhor da própria tecnologia para dar uma resposta concreta a uma exigência vital: conseguir garantir comida sã, segura e suficiente para todos os povos, no respeito do Planeta e dos seus equilíbrios. (…) Expo Milão será a plataforma de um confronto de ideias e soluções compartilhadas sobre o tema da alimentação, estimulará a criatividade dos países e promoverá as inovações para um futuro sustentável”.
(…) Mas não só; Expo Milão oferecerá a todos a possibilidade de conhecer e provar os melhores pratos do mundo e descobrir as excelências das tradições agro-alimentares e gastronómicas de cada país”. – site: expo2015.org

Opinião de José Graziano da Silva, Director FAO: “Muitos expoentes da FAO estão presentes em muitas das mesas que escreverão a Carta de Milão e estamos orgulhosos, junto com as Nações Unidas, de dar o nosso apoio à Itália e aos muitos países aqui presentes. Expo de Milão 2015 é uma exposição universal. Não diz respeito apenas à Itália, não diz respeito apenas aos produtores de alimentos. É um coro de todos os países para enfrentar as problemáticas universais. Milão deverá ser a sede na qual todos nós falaremos da transição, desde os Objectivos do Millennium (Millennium Development Goals) aos da sustentabilidade do futuro. Expo Milão proporcionará esta discussão a quem visitará 145 moderníssimos pavilhões”.

*******

Do alto da sua actual insignificância administrativa e política, Portugal entendeu que tudo isto são matérias e experiências de escasso interesse para a nossa economia, cultura e prestígio. Logo, para quê esforçar-se por colectar cerca de seis a oito milhões de euros para a inscrição de Portugal nesta que todos consideram uma grande e interessante exposição?
Que importância pode ter, para estes cérebros limitados, esforçar-se por incluir o nosso país “dentro dessa vitrina mundial”?

A Senhora Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, também do alto da sua irresponsabilidade, entendeu que “as opções disponíveis em termos de localização de espaços não eram as mais adequadas em termos de representação”… consequentemente, a Expo de Milão 2015 já em nada no poderia interessar.
Esta Senhora não se lembrou que tudo o que é de interesse nacional deve ser projectado com a antecipação necessária para um bom efeito. Se acordou tarde para obter “espaço adequado”, tudo isto é a confirmação da sua incompetência e impreparação para projectar Portugal, proficuamente, fora das suas fronteiras.
E que têm a dizer os ministérios com alguma responsabilidade neste assunto, como o dos Negócios Estrangeiros e o inefável vice-primeiro-ministro, Paulo Portas?

Lêem-se estas justificações ou silêncios e não sabemos se indignarmo-nos contra esta gente com responsabilidades no país ou, pelo contrário, contra os cidadãos portugueses que tudo aceitam e, digamos, jamais quiseram cultivar o poder da indignação perante actos que tanto nos prejudicam e desqualificam.

Somos o país dos conformistas, dos acomodados. Ou de uma forte e voluntária ignorância que prefere refugiar-se na apatia? Deprimente!

Nesta ausência de Portugal na Expo Milão 2015, não é explicável nem admissível a inércia ou a indiferença – chamem-lhe como quiserem – do secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal, o Dr. Luís Miguel Correia Mira.
Como pessoa muito qualificada, Membro do Conselho Económico e Social, não se apercebeu, em tempo útil, da inactividade do Governo acerca deste assunto? Quem, e mais do que ninguém, deveria pugnar e envidar todos os esforços para que Portugal conseguisse os oito milhões necessários para cobrir as despesas na Expo?
Informou-se bem sobre o programa, sobre todos os temas de interesse vital e variadíssimos que serão debatidos, do dia 1 de Maio até 31 de Outubro, na Expo Milão 2015? Ponderou bem nas vantagens para Portugal, estando presente e mostrando o que valemos?

Quando o Dr. Luís Mira comenta que “não sabe como foi possível ter deixado passar esta oportunidade para um sector que tem revelado uma enorme capacidade de crescer nas exportações”, francamente, a indignação é obrigatória. Onde vive? Que significa, para este Senhor, o cargo de Secretário-geral da CAP?

Onde esteve também a associação que promove produtos portugueses agro-alimentares, isto é, Portugal Foods? Não caberia a esta associação exercer todo o género de pressões e diligências a fim de que o nome de Portugal figurasse na lista dos países participantes da Expo Milão 2015?
Se efectuou essas diligências, ninguém se apercebeu.

Como a indignação é pesada, abstenho-me de mais comentários. 

1 Comments:

At 5:59 da tarde, Blogger manuela said...

Acabei de chegar de Milão...Achei também inadmissível Portugal não ter um Pavilhão...Só posso verificar que há muito mau planeamento e´gestão dos organismos portugueses.
1-Podiam ter aberto Concurso de Ideias às Universidades e Centros de Investigação Portugueses,sem prémio,só menção honrosa a quem ganhasse.
2- Podiam ter solicitado patrocínio às Empresas de Construção, Confederação de Agricultores, de Industriais Alimentares,Supermercados Restauração e Chefs de craveira internacional para a construção do referido Pavilhão...e mais não digo...PRIMEIRO PLANEAR PARA DEPOIS GERIR... Manuela Carrasco -Geógrafa

 

Enviar um comentário

<< Home