segunda-feira, abril 06, 2015

CRISTÃOS PERSEGUIDOS E MASSACRADOS
 “COM A CUMPLICIDADE DO NOSSO SILÊNCIO”

”A sede do teu Pai misericordioso, que em Ti quis abraçar, perdoar e salvar toda a humanidade, faz-nos pensar na sede dos nossos irmãos perseguidos, decapitados e crucifixos pela fé em Ti, debaixo dos nossos olhos e, frequentemente, com o nosso silêncio cúmplice”. Esta foi uma das asserções do Papa Francisco que mais me impressionou, referindo-se ao massacre na Universidade de Garissa, no Quénia.

Efectivamente, depois de, pela enésima vez, termos de assistir impotentes a uma ferocidade sem limites de islamistas contra cristãos ou quaisquer outros fiéis de credos diferentes, a passividade – ou indiferença? – da citada comunidade internacional começa a indignar. Não só indigna como nos projecta num grande desconforto.

Nestes últimos três dias, o Santo Padre tem martelado este tema e invocado a sensibilização da opinião pública: “Desejo à Comunidade Internacional que não assista muda e inerte a tal crime inaceitável. Os cristãos são os mártires de hoje; podemos dizer que são mais numerosos que nos primeiros séculos”.

Segundo World Watch Monitor, 2014 foi um ano trágico. Houve, pelo menos, 4334 assassínios de cristãos e foram destruídos mais de mil templos cristãos.
Na lista dos cinco primeiros países inimigos da cristandade situa-se a Coreia do Norte (zona longínqua de islamismos e quejandos). Seguem a Nigéria, Síria, República Centro Africana e Quénia.

No que concerne perseguições físicas e marginalização política e cultural, os cristãos, actualmente, representam 70% dos casos de discriminação religiosa.
E se em muitas partes do mundo vivem essa discriminação, a percentagem maior verifica-se no mundo muçulmano.

Por esta razão, e por tantas outras igualmente válidas, as palavras do Papa devem ser ouvidas e consideradas como um convite muito sério para que esta inactividade contra o terrorismo islâmico cesse e se dê avio a uma acção conjunta de todos os países responsáveis e desejosos de pôr um fim ao que precipita a humanidade num caos sem retorno.

É mais que tempo que os países muçulmanos abandonem a sua ambiguidade e sejam eles os primeiros a proclamar a tolerância zero contra correligionários terroristas que nada têm que ver com a beleza da própria religião  

Uma última pergunta. Este terrorismo islamista tem como razão principal a conquista de um poder fundamentalista ou, acima de tudo, trata-se puramente de uma guerra de religião?
Seja como for, guerras de religiões, jamais aceitá-las ou combatê-las nessa perspectiva. Combata-se, sim, o que fere e ultraja os fundamentais direitos humanos, qualquer que seja o credo religioso que se pratique. E este é já um motivo fortíssimo para que o mundo desperte da sua apatia e dê luta sem trégua a extremismos, quer se chamem jihadistas ou se sirvam de qualquer outro pretexto que justifique a sua monstruosidade de seres repelentes.