segunda-feira, outubro 03, 2016

AS DUAS BELAS CRIAÇÕES DE VAN GOGH
ROUBADAS E REENCONTRADAS

A saída da igreja protestantede Nuenen  - 1884

A Praia de Scheveningen  -  1882

Decorridos 14 anos, foram reencontrados, na região de Nápoles, os dois quadros de Van Gogh, roubados em horas nocturnas de sete de Dezembro 2002, no museu de Amesterdão dedicado às obras daquele grande pintor.

A tenacidade da Procuradoria de Nápoles e o núcleo da polícia tributária da Guarda de Finanças daquela região conduziu-os ao local onde os quadros estavam escondidos: uma casa de campo em Castellammare di Stabia, casa condutível a um dos grandes chefes do narcotráfico internacional, Raffaele Imperial”.

A arte, sobretudo a arte contemporânea, é o canal número um para a reciclagem. Desloca-se mais facilmente e é um investimento relativamente seguro. Camorristas, evasores fiscais, criminosos comuns investem na arte. Provavelmente, hoje, é a via principal de capitais de proveniência ilícita”: esta é a opinião idónea de Roberto Saviano, grande estudioso e testemunha credível do que é a Camorra na região napolitana, e não só.

Mais informa que “estes clãs mafiosos, em várias zonas arqueológicas, saqueiam ânforas, estátuas e outros achados arqueológicos de grande valor histórico e artístico, revendendo-os no mercado clandestino; uma rapina ao ar livre e um negócio que não deve ser subavaliado”.

Acrescente-se que existem respeitáveis amantes da arte, assim como alguns museus, que não alimentam grandes escrúpulos em conhecer a origem das obras que adquirem. O amor à arte ou o investimento sobrepõem-se a qualquer outra consideração.

Em 29 de Julho de 2013, no Corriere Della Sera foi publicado um longo e esplêndido artigo com o título: “Um milhão de obras de arte roubadas e nunca encontradas”
Subtítulo:Saquear a Itália é fácil e ninguém paga. Dos nazis de ontem à máfia de hoje”. Paralelamente aos nazis, o exército russo, quando invadiu Berlim, também se dedicou a uma pilhagem similar: não só de objectos de arte alemães como os que foram saqueados pelos nazis na Itália e transferidos para Berlim.   
Imprimi essa publicação. Fornece-nos um grande número de informações cativantes e bem detalhadas sobre as preciosas obras de arte rapinadas.

Viva, pois, os dois Van Gogh reaparecidos; aplausos à perseverança de quem os encontrou.