segunda-feira, outubro 31, 2016

PRINCÍPIOS DE NOVEMBRO:
COMO SEMPRE, AS SAUDADES IMPÕEM-SE

 Henri Fantin-Latour, cesto de rosas

Queremos atenuá-las, transformá-las em doces recordações, mas, como sempre exponho e no que me concerne, não consigo.
Relembremos “Quadras ao gosto popular” do nosso Fernando Pessoa:

Saudades, só portugueses
Conseguem senti-las bem,
Porque têm essa palavra
Para dizer que as têm.

A terra é sem vida, e nada
Vive mais que o coração…
E envolve-te a terra fria
E a minha saudade não!

Depois da dia vem a noite,
Depois da noite vem o dia
E depois de ter saudades,
Vêm as saudades que havia.

E enquanto houver memória, sobretudo memórias tristes e sempre com o aguilhão pronto a avivá-las, as saudades que “só os portugueses conseguem senti-las bem”, aqui, reflectem os retratos permanentes dos nossos entes queridos que partiram. Paz para eles e para quem nunca os esquecerá: o cesto de rosas de Fantin-Latour acompanha as outras flores reais.