segunda-feira, julho 17, 2017

“NÁPOLES, APELO DE UMA MÃE:
A MINHA FILHA, 14 ANOS, DROGA-SE”

Estas são informações que, infelizmente, já entraram na esfera das normalidades: jovens que se drogam, que se prostituem ou roubam, a fim de pagar a maldita droga. Já não são fenómenos excepcionais, é moeda corrente.
Desgraçadamente, sendo já factos normais, embora sempre repugnantes, impressiona e comove o grito de revolta e o apelo desta mãe, numa entrevista ao quotidiano romano “Il Messaggero” de 16 / 07 / 2017.  

Esta senhora é uma cançonetista conhecida, mas o jornal não revela os nomes, quer da mão, quer da filha, o que julgo muito correcto.
“Devo salvar a minha filha e não me incomoda nada dar a conhecer a todos o drama que estou a viver. Pelo contrário, quero prevenir tantos pais como eu e tantos adolescentes como a minha filha que está a queimar a sua vida como um fósforo: prestai atenção, estai longe deste mundo nojento que, agora, decidi denunciar”.

E o jornal descreve: 
«Substâncias estupefacientes, álcool, prostituição, extrema síntese de um alarme que atravessa toda a cidade (…) com um único objectivo criminoso: vender droga aos menores, os mais frágeis de todos, os mais ingénuos e, portanto, os que correm mais riscos a quem, sem grandes dificuldades, se consegue impingir também os produtos piores e cujas consequências são fáceis de imaginar.
Gente sem escrúpulos e “passadores” que vivem sobre a vida destas crianças com drogas sintéticas e misturas alcoólicas, consumidas nos locais nocturnos de Nápoles e arredores.
Uma rede de negócios que gira à volta do efeito alucinatório dos jovens de 13, 14 anos ou pouco mais; crianças apenas crescidas à caça de sensações fortes e prontos a tudo, a fim de encontrar a “coisa”».

Quando perguntam: “A sua filha é menor, o ingresso nestes locais não é proibido até aos 18 anos?”
Resposta: “Seria, mas quando a procuro, encontro sempre em tais locais jovens como ela. Ademais, a venda de alcoólicos não seria permitida, mas a minha filha levo-a para casa sempre embriagada”.
“Chama aos passadores de droga “os meus amigos”, os quais lhe dão instruções precisas sobre o que deve roubar em casa”.

Confesso que li tudo isto com tristeza e quase sentia parte da amargura desta mãe. Mas quantos pais vivem, no dia-a-dia, desesperos similares e sem saber encontrar uma via de saída, um modo eficaz e definitivo de aniquilar fases deste género nas suas vidas e dos seus filhos!

Porém, não depende dos pais, dos filhos e, direi mesmo, das autoridades oficiais. Quantos interesses horrendos se movem atrás do tráfico de drogas, agilizados por políticos corruptos ou personagens muito respeitáveis, mas sem escrúpulos? Mas isto são já verdades de La Palice.